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sábado, julho 30

Não a chora ou condena...

Por vezes, em certos momentos dou comigo a olhar-te, a contemplar-te e a pensar para comigo, onde estava o azar no dia em que te encontrei? Quando vamos para a esplanada a beira do rio Mondego e tu ficas sentada observando o horizonte, ou seja lá o que for que os teus olhos observam, fico com um carinho no coração. Fico quase em lágrimas quando te vejo, sentada, relaxada a olhar para um nada que te é tudo. Quando te olho nesses momentos só teus, nesses momentos em que és tu e apenas tu, onde nada de mim se encontra em ti, vejo-te linda, pura, carinhosa, extraordinária. Vejo-te!

Nessas vezes em que volto com o café, ou qualquer outra coisa feita, paro antes de chegar a ti. Paro porque te vejo tranquila e pensativa e com isso, ganho em mim uma sensação de admiração. Fico a admirar-te cada vez mais, nesses e em outros momentos. Gosto de ficar parado no caminho ou escondido atrás de algo simplesmente a olhar para ti, nada mais. E depois viras o olhar, desfocas a atenção no horizonte e procuras por mim. E o olhar preocupado que por vezes dá a sensação de ser triste, alegra-se ou despreocupa-se. Sorris para mim e devolvo-te o sorriso, o carinho, a preocupação, a atenção, o animo, o gosto, o preciso e delicado beijo que aguardas calmamente por receber quando eu chegar. Porque, apesar de eu ter as minhas duvidas, as minhas incertezas, os meus medos, as minhas batalhas, também tu tens as tuas. E apesar de não falares muito sobre os teus pensamentos, ou ideias e sentimentos que te fazem questionar, duvidar e ter medo, tu tens e vives com eles, tal como eu.

É um orgulho viver e namorar com alguém que aceita a própria morte como um desafio para a vida. Não a chora ou condena, mas que a aceita tal como é. Que vive desafiando-a de tal forma que a própria Morte deseja-se estar viva.

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