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terça-feira, junho 30

O tom a bege...

A voz tremeu quando soltou aquele "olá". Os olhos ganharam brilho e um sorriso ficou-se-lhe rasgado no rosto. As bochechas rosaram e os dentes brancos ficaram à mostra. Que rapariga tão linda. Só a posso relembrar em pensamento. Como eram lindos os seus olhos, os seus lábios, como as costas das suas mãos eram tão delicadas, os seus dedos esguios e bonitos. O tom a bege por todo o seu rosto, por toda a sua beleza tão natural, tão perfeita, tão... Mas que digo eu? Não a conheço, não lhe sei o nome, não lhe perguntei a idade, muito menos sei onde mora, o que faz e fez e qual a sua história. Que importa? Pelo menos se não for hoje, será amanha. Não vivo à procura, mas poderei morrer sem encontrar. É esse o meu medo. Cara vergonha, és tu para sempre? Por mais quanto tempo terei eu de sofrer para bem dos teus caprichos?


Hoje pude sentir o desconhecido a bater-me no rosto e dizer em choro e de nó na garganta que, eu, já não sei o que é amar.
 

28/10/2014
Pedro Miguel Mota

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