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sexta-feira, agosto 22

Menos enraivecido...

Fervilha na minha mente a ideia de te ter nos meus braços. Tenho formigueiros nas pontas dos dedos quando abraço a almofada durante a noite julgando que és tu, que é o teu corpo que agarro, que é o teu rosto que vejo que são os teus lábios que beijo. Mas na realidade não passas de uma simples almofada. Estico-me sobre a cama na esperança de ouvir um resmungar indelicado pronunciado com uma voz feminina, mas outra vez, não ouço, não sinto.

O teu perfume ainda reside no quarto-de-banho. Será que ainda me visitas? Será que surges durante a noite para espalhar o perfume suave, tão delicado e aconchegante que faz sentir menos saudoso do teu pescoço, menos enraivecido com as palavras saídas da tua boca?

Sou cheio de pecados. E há algo dentro de mim não consegue apagar os teu silenciosos sorrisos das minhas memórias, do sabor que os teus lábios continham, da força bruta de mulher que os teus braços e mãos erguiam contra o meu corpo quando te apertava em abraços.

Ó menina de olhos verdes...

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