Páginas

terça-feira, julho 22

Longe das minhas mãos...


Custa-me tanto ter-te longe das minhas mãos, dos meus braços, do meu peito, dos meus olhos, dos meus lábios. Por muito que tente imaginar-te ao meu lado é-me tão difícil reviver o teu cheiro no meu nariz, ouvir as tuas palavras carinhosas e motivadoras à porta dos meus ouvidos. Enterro-me completamente nos lençóis e cobertores enquanto me deito na cama, ou no sofá onde, passo algumas horas solitário, sozinho sem a tua presença, sem o teu braço a pedir-me conforto e um pedaço de calor. 

Tento esquecer-te. Não, calma! Eu não te tento esquecer, quero dizer, tento ver-me livre dos pensamentos que me fazem nós no coração, como quando me tento lembrar do teu perfume, ou do tom da tua voz, ou ainda ao que sabiam os teus lábios, eu tento esquecer-me disso, porque já não me recordo de como era quando estavas comigo e por isso, tento esquecer.

Tenho apertos na garganta quando à memória me surgem as tuas palavras já com o teu tom de voz meio enferrujado de esquecimento: - Dorme bem, boa noite. - e me davas um beijo curto sobre os lábios, segurando-me a cabeça gentilmente.

Mais me custa ainda quando em certos dias a minha cabeça me prega partidas, - das boas - e me faz sentir-te cá e com isso corro um bocado depois de sair do trabalho até à florista mais próxima e ao mini-mercado para comprar chocolates para tos dar. Quando chego a casa e me deparo com o silêncio causado pela ausência do teu ser, acabo por colocar as flores na jarra junto à porta trocando-as pelas mortas que lá estão e os chocolates, acabo por abrir uma garrafa de vodka para ajudar a engolir tais afrodisíacos que me empanturram a garganta.

Se soubesses como é estranho escrever-te sem te conhecer... Torna-te real! Torna-te!

Sem comentários:

Enviar um comentário