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domingo, fevereiro 2

Assim que te larguei a mão...



O olhar que no teu rosto se fez assim que te larguei a mão, foi das coisas mais dolorosas de ver. Eu contia as lágrimas para não chorar diante de ti, não por orgulho, mas porque eu não queria chorar, mas agora que revejo tudo na minha cabeça eu deveria ter chorado, porque até hoje, depois de quase um ano, ainda não chorei a tua perda, a tua distancia, o teu amor, as tuas lágrimas, a tua vida que começava a fazer sentido dentro de mim. Mas não chorei porque achava que tinha de ser forte e dar-te o apoio necessário. Custou-me tanto ver-te de costas voltas para mim e de lágrimas no rosto. Era quando olhavas para trás que o meu corpo se arrepiava. Não foste só mais um, foste uma senhora, pequena, mas foste mulher. 

As estrelas diziam-me tantas vezes, nada ou deixa-te afundar. Mas eu não queria saber delas para nada, queria-te apenas a ti. Não escrevo agora sobre ti porque me sinto sozinho, mas sim porque sei que fui mau quando deveria era ter sido bom, que deveria ter dado mais um beijo e um abraço depois de já ter dado dois, que te devia ter amado com mais tempo. Que deveria ter-te ouvido mais e tentado perceber o que se passava dentro de ti. Ou talvez devesse o contrário ter acontecido. Deveria preocupar-me mais comigo primeiro, arrancar as maldades de dentro de mim. Aconteceu e estou grato por te ter conhecido. 

Por vezes pergunto-me se tudo o que fiz, esquecendo a meia dúzia de coisas más, se tudo o resto que te disse, que te fiz, que te dei, que te ofereci, se tudo isso teve algum efeito positivo em ti. Tinhas o mundo mesmo a teus pés. Tinhas tudo. Tinhas tudo para seres mais do que és hoje.

O meu reino perdeu a rainha. Tudo o que chego a amar rapidamente se distancia.

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