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domingo, outubro 6

Toco-te nos lábios...


Toco-te nos lábios com a ponta dos meus dedos. Transpiro das mãos e limpo-as ás calças. Olho para os teus cabelos loiros, para os olhos azuis, para a testa carregada de sardas, para as bochechas rosadas que te deixam carinhosa. Olho para ti, para a pessoa que és diante de mim. Engulo em seco, suspiro por breves segundos por um desejo de te sentir o coração nas mãos. Senti-lo com a sua força, com a sua vida que parece não querer nunca acabar. Os teus olhos tremem, vasculham nos meus uma resposta, uma direcção, um sinal para poderes levar esses teus deliciosos lábios directamente aos meus para acalmares a respiração que começa a trocar-te os sentidos.

Assim que senti os teus lábios nos meus o meu coração parou e uma lágrima soltou-se atirando-se para as bochechas que a levaram para a ponta do queixo e lá ficou. Levantas a mão e com o dedo acolhes a gota na tua mão levas-a à boca e saboreias a lágrima saída do meu corpo. Sorris e beijas-me novamente, com mais intensidade que antes. O teu corpo cola-se ao meu e o teu coração não mostra sinais de me querer abandonar. Abraças-me e não me deixas nem por nada, não me deixas até que o beijo seja completo.

Sinto a falta de agarrar um coração pelas mãos e segredar-lhe coisas. Segredar-lhe o que o coração sente e a cabeça cala. Sinto falta de ouvir uma voz doce a encantar-me há noite.

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