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quarta-feira, setembro 11

E em mais nada quero pensar...




Se eu não tivesse visto a dor nos teus olhos, julgo que já mais cairia de amores por ti. Ver os teus olhos brilharem das quase lágrimas soltas a escorrerem invisivelmente bochecha abaixo. O primeiro dia que te vi foi tão estranho e aquele momento em que apresentaste a tua maravilhosa voz para mim fez-me acanhar de medo, de vergonha e de uma estranha ansiedade, uma coisa que me fez nascer borboletas na barriga. Sofri ter de ir embora do comboio, sofri porque não te conseguia ler através dos olhos, porque por mais que olhasse para ti e por vezes trocássemos olhares, eu tinha-te medo, sofria por não te conseguir ler, não te saber o interior, principalmente por não te conseguir dizer uma única palavra. Esse teu olhar tão forte, seguro, orgulhoso, robusto. Fazes-me ter medo de ti, medo de que me possas chegar a tocar no coração e eu não estar preparado para aguentar com a força que pareces trazer no teu corpo.

Quando começo a pensar no teu rosto não consigo pensar em mais nada e em mais nada quero pensar. Quando me esqueço de como é, anseio logo naquele momento pelo dia de amanhã, esperando ansiosamente pelo comboio que te trás, para que te possa ver. Para que possa ver esses teus lindos lábios, esses teus lindos olhos, esses cabelos da cor do sol. Adorava poder tocar-te.

O meu coração estava dormente e precisava de um choque para o fazer despertar. Esse choque?
Foste tu...

Se isto for um erro, então espero que seja apenas um que valha a pena arriscar. Talvez eu esteja errado desde o início. Mas daqui pareces o céu azul em dias de primavera. É claro que te quero segurar nos braços, é claro que gostava de te poder ver todos os dias, é claro que gostava de te conhecer, de falar contigo. Adorava ouvir de novo a tua voz. Adorava que dissesses o meu nome (Pedro) que me pedisses para ficar. Poder ouvir a tua voz e ver os teus lábios mexerem-se. Ou só simplesmente olhar para ti.

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