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quinta-feira, outubro 11

Não quero que vás...

O passado ajudou-me a ser quem sou hoje.
Consegues ver a dor nos meus olhos quando não posso beijar-te os lábios, beijar-te a testa todas as noites? Consegues ver no meu rosto a tristeza por não ouvir da tua boca sair a tua tão bonita voz a dizer-me bom dia e boa noite? A distância é tão grande, as saudades são ainda maiores.

O meu coração bate a rebate toda a noite em que sei que tenho de vir-me embora. Quando tenho de afastar-me de ti uma vez mais. E custa-me tanto ver o teu olhar triste e ouvir-te perguntar: "Porque não ficas? Não quero que vás. Fica por favor. Ficas?"

Caminho por lugares tão sombrios. Como é suposto dizer-te que por vezes me sinto a morrer, que sinto o coração, ou não o sinto de todo? Terei eu as respostas? Encontra-las-ei no silêncio? Serás tu a resposta para os dias que estão para vir?

Eu apenas quero conseguir recordar-me de ti para sempre. Ainda tenho uma fotografia tua na minha cabeça. Tenho por vezes a sorte de ainda ouvir a tua voz nas memórias que tenho de ti. És uma marca na minha alma. Moras tão longe. Amo-te tão longe. Desalma-se a vida do corpo cada dia que passa e não vejo o teu rosto, não ouço a tua voz, não sinto o teu corpo, não tenho nos meus lábios o sabor dos teus.

És o pedaço do céu que não quero deixar de amar e o pedaço do inferno que não quero largar.

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