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terça-feira, agosto 23

Quis-te por inteira...

Durante um ano (e não vou esconder o que senti) guardei-te em fotografia. Guardei-te na mais profunda memória. Queria saber o teu nome. Queria saber os teus gostos, os teus medos, os teus desejos, e os anseios. Queria saber onde moravas, queria saber o que do futuro esperavas. Queria saber qual a força tamanha tinha o teu coração para aguentar a distancia de mais de 170km.

Queria saber o quanto de saudade eras tu capaz de aguentar. Quantas noites sem ires para a cama a horas, quantos dias sem me ver, quantos dias sem me falar, quanto tempo aguentarias tu longe de mim, ausente de mim, ausente dos meus braços. Longe de tudo o que é meu. Longe dos meus lábios, dos meus carinhos, da minha voz, do conforto. E eu tão distante, tão saudoso de tudo o que é teu. De toda a beleza que possuis, de toda a vida que carregas nessa pequena alma, nessa personalidade que me encantou e desarmou.

Imaginei por várias vezes o teu possível nome. Soube-o e não esperava ouvir da tua própria boca o nome que dizias ter e achei perfeito para um rosto como o teu. Durante um ano imaginei a tua voz, o teu tom, os teus modos de falar. O meu coração derreteu-se ao ouvir-te falar. Era tudo o que eu tinha imaginado. Imaginei os teus jeitos de olhar e eram iguais aos que tinha criado sobre ti.

Caiu-me tudo, fiquei sem folego tal como tu, quis chorar, mas não pude, mas deveria tê-lo feito. Amei-te naquele instante, amei-te sem te conhecer durante um ano, apaixonei-me por tudo o que tinha diante de mim. A ti que agora sei qual o teu nome, agora que tenho gravado na memória o suave e delicado tom de voz. A ti que me roubaste o coração com um olhar que capturei numa simples foto. Tu que tão nova me destruíste com uma só palavra, com um só tom. Tu. Que és tudo o que podia imaginar e pedir numa mulher. Sofro com o teu tom, com o teu não, mas foi assim que te imaginei em personalidade.

Não te imaginei perfeita. Imaginei-te tão natural quanto pudesses ser na realidade. Quis-te real e em real te tornaste. Foste a primeira e a única até hoje que me arrebatou o coração, que me encheu as medidas. Foste a única que me deu vontade de por ti sofrer uma viagem de 2 a 4h para estar contigo um só dia, um só fim-de-semana.

Tudo acabou. Porque quis-te por inteira, quando só me podias dar um pedaço.

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