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domingo, novembro 22

Que tenho medo...

O silencio dos teus olhos fez-me sentir um enorme peso sobre o coração. A boca secou e não a pude mais usar. Desejava falar-te mas era em vão todo o meu esforço. Começaste a chorar no momento em que estiquei a minha mão na tua direcção. O meu corpo petrificou assim. De braço direito firme no ar com a palma da mão levemente virada para cima e os meus dedos a suplicar pelo toque da tua mão.

As lágrimas gelaram-te o rosto e a mim nada pior do que te ver chorar, nada pior do que te ver tão triste. Que fiz eu para te ter assim diante de mim? Que fizeste tu aos céus para que eles te condenassem desta horrorosa e terrível forma?

Uma forma misteriosa impede-me de mexer e outra maior ainda impede que me consigas tocar, há uma barreira invisível entre nós. Há algo estranho que me separa de ti e eu não sei o que é. Quero-te tanto assim tão de repente, sem pensar que talvez seja isso que nos faz ter esta camada a separar cada um de nós. Pois eu quero tocar-te, abraçar-te, beijar-te, sentir-te, e ao mesmo tempo não o quero fazer, quero ver-te apenas, falar-te, olhar-te, sorrir para ti.

És um carinho que tenho medo de perder se chegar a tocar.

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