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domingo, novembro 8

No fim disseste...

 
Eu não sou uma má pessoa, apenas gosto de sentir a vida de outras maneiras. Gosto de sentir o arrepio a atravessar todo o meu corpo, o arrepiar de pele. Por vezes quando as palavras não me saem chego a morder os meus lábios com tanta força que quase me afogo no meu próprio sangue. O teu som poderá em algumas alturas perder o significado e o teu toque virá a causar apenas dor. Eu não quero que desistas de mim, pois eu não vou desistir de ti, pois quero-te sempre à minha volta, sempre presente nas minhas memórias.

É no teu silencio que encontro a minha revolta. É na tua voz que encontro a minha calma, o meu conforto. É com o teu amor que chego a pensar que o futuro é possível. Que por mais lágrimas que tu ou eu soltemos para o mundo, o amor acabará por nos fazer acreditar que a vida boa ou má que levamos é satisfatória, pois se não fossemos vivos, o que chegaríamos a amar?

Quando disse que te amava, mostraste-me a língua. Ao inicio não percebi o que querias dizer, mas logo te achegaste e pude ver que a tinhas carregada de cicatrizes, de marcas de dentes, como se tivesse um passado horrível em cima de si. Disseste-me que "foi feito pelas coisas que nunca te cheguei a dizer!". Foram tantos dias sem me ver. Tantos pensamentos de revolta que te moíam a cabeça. Foram tantas as memórias que querias criar e com a distâncias não a podíamos fazer.

E no fim disseste "eu também te amo".

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