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quinta-feira, julho 23

Para que sofresse...

Recordas-te do momento em que me deixaste sozinho, perdido e de coração partido por cada promessa que fizeste e nunca chegaste a cumprir. Para que sofresse atiraste-me aos lobos. O que não te chegaste a lembrar é que no dia seguinte eu iria ter contigo liderando toda matilha. Cada ferida irá moldar-me, cada cicatriz irá construir o meu trono. Os paus e pedras que usaste para me magoar servem agora para construir o meu império. Eu amei-te como não amei ninguém e é por causa de tudo o que tivemos juntos que continuo a lutar, mas sabe isto: Irei deixar-te engasgar em cada palavra que nunca me chegaste a dizer, e em tudo o que fizeste desmoronar entre nós e em mim.

Como pudeste fazer as coisas que me fizeste? Como pudeste dizer-me as coisas cruéis que me fizeste ouvir? Tu que sempre foste tão firme, tão formosa, cuidadosa na língua e no trato, sempre tão sincera, sempre tão bonita, elegante, sempre tão perfeita. Como fui eu enganar-me nas tuas palavras? Como me conseguiste tu enganar? Alguma vez me amaste? Alguma vez sentiste pena de mim dentro desse teu coração? Como me pudeste fazer isto? Eu deixei-te entrar na minha vida. Deixei-te segurar no meu coração de vidro. Eu costuma dizer-te ao ouvido: "És a minha felicidade!". Significaste a felicidade para mim, deixaste-me de rastos quando me trocaste por outro que só te faz mal. Senti que foste uma grande perda do meu tempo. Um tempo que eu acreditava que era o certo. Não sabia que podias mudar assim tanto por alguém muito pior do que tu. Disseste que o teu amor era para sempre e eu só te queria a ti para sempre.

Ainda me lembro de todas as páginas que escrevi sobre o nosso amor, sobre tudo aquilo que me faziam acordar tão bem disposto ao teu lado, caminhar ao teu lado, viver ao teu lado. Ainda me lembro das tuas palavras: «Gosto de te ler!» - E eu respondia: «Gosto quando me lês.»

Foste a obra prima que se mostrou desastrosa no final.
Até o Diabo é capaz de ser melhor do que tu.

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