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terça-feira, fevereiro 24

Há um tempo para tudo...


Há um tempo para tudo. Há um tempo para ter medo ao inicio, um tempo para trocar olhares, outro tempo para trocar palavras, trocar beijos, trocar amores e lágrimas. Mas não há nenhum tempo em que o coração de um chegue sequer a pertencer ao outro. Por mais "amo-te" que digamos, por mais lágrimas de felicidade que deitemos cá para fora, por mais palavras honestas e humildes despejemos para este lado, este lado exposto ao mundo nu e cru, o coração não sairá o seu sitio, por muito que queiramos, serão apenas as palavras, os abraços, os choros as alegrias, os sorrisos e olhares que chegam a ser trocados de sitio e muitas vezes, a alma ganha outras forças, outras vidas que antes não tinha, que antes não produzia. E agora que os beijos se tocaram, os olhares se desviam, e os corpos se juntam, podemos dizer que trocámos os corações de lugar. Querias tu que cuidasse do teu, que dele cuidasse como se de um bebé se tratasse, mas não o posso fazer, infelicidade minha, meu anjo, nem tu podes cuidar do meu, dar-lhe forças, tocar-lhe quando te apetecer, como fazes com as fotografias que tens no telemóvel que podes ver e rever uma e outra vez até que a vista se canse de me olhar tão atentamente.

Por mais defeitos que notes ter, por mais rasgos no corpo que achas que tenhas, para mim serão sempre pedaços de ti, perdidos, abandonados, pedaços de ti que queres apagar, fazer desaparecer, esquecer. São parte de ti e serão para mim pedaços de alma que me servirão como pontos de referencia para me lembrar de ti. Pode a tua voz não ser doce, mas acredito que a alma to seja. Talvez sem que eu me aperceba me estejas a dar bocadinhos de ti em cada palavra, em cada gesto, em cada momento. Chamo-lhes pedaços, pois não te podes entregar por inteira e de uma só vez.

Tenho medos e inseguranças tal como tu. Porque o amor é coisa criada e é tido com maldade no coração.

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