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domingo, julho 27

Enquanto fores uma ilusão...

Era já altura de me dizeres onde foste desencantar esse sorriso. Em que lugar estranho e imundo foste tu recuperar a leveza do teu olhar. Em que melodia foste buscar o alegre canto, o leve timbre e essa tão doce voz. Até onde foste capaz de ir para conquistar esse angélico rosto, esse corpo feminino de formosas formas. Conta-me o teu segredo...

Sempre vi em ti um olhar tão digno e nobre, tão forte e cheio de vida que poderia jurar que as palavras que em tempos Homero escreveu se possam hoje aplicar a ti. «não parecia filha dum mortal, mas sim dum Deus».

Talvez enquanto fores uma ilusão, uma simples ideia do que não tenho em mim, do que gostava de poder tocar fora do que sou, fora deste corpo. Poder tocar um corpo que não o meu. O de conseguir sentir outras mãos sobre o meu rosto que não as minhas. Outras lágrimas sobre o peito que não as que me magoam quando as solto. Que as dores no peito sejam causadas pelas saudades de alguém e, a tristeza que me invade a alma e me faz tremer como se fosse um velho fossem causadas por algum beijo amargo sobre os meus lábios.

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