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sexta-feira, fevereiro 7

Vejo-te no Comboio...

Tu passas todos os dias bem diante dos meus olhos. Há dias em que não apareces no comboio, há outros em que pura e simplesmente te sentas à minha frente em bancos de seis lugares, mais precisamente nos do meio da primeira carruagem e , quando apanho o comboio entre as 18h e as 19h tu vens na carruagem do meio. Eu vejo-te à distância e quando me vês parece que me olhas com gosto, não sei como explicar. Tudo parece tão estranho quando te olho nos olhos tentando descobrir o que raio está a surgir nessa cabeça. Vejo-te o rosto e é tão querido, observo o teu sorriso e é tão rasgado. Adoro a tua voz e a altura que tens de corpo. De ti sei pouco, apenas que poderás ser talvez uma enfermeira em algum hospital de Aveiro, pois o comboio é de Coimbra-Aveiro. Entras sempre na mesma estação sempre à mesma hora, Mogofores. Quando o comboio por lá pára os meus olhos ganham uma adrenalina que me faz procurar por ti, que me faz procurar pelos teus olhos. Usas óculos. Eu costumo estar sentado de costas para a porta de saída ao lado de uma rapariga, talvez a conversar. 

De ti também sei que tens um problema complicado no joelho, não sei dizer se no esquerdo ou no direito, apenas ouvi uma conversa tua com uma colega. E ainda no outro dia houve uma rapariga com quem começaste a falar. Tu de um lado e ela do outro com o corredor a separar-vos. Ela tinha caracóis e tu tinhas esse cabelo castanho claro e liso tão bonito como os teus olhos. Apesar de nunca lhes ter visto a cor eu gosto quando olhas para mim e da expressão que fazes quando os nossos olhares se cruzam. Tu mantens-te a olhar e rapidamente desvias o olhar.

Adorava saber o teu nome.

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