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sexta-feira, janeiro 10

Tal como o sol o faz comigo...


Vai com cuidado digo-te eu. Vai devagar, dizes-me tu. Amo-te! Dizemos nós com um beijo sobre os nossos lábios. Agarras-me no braço e fazes-me parar, puxas-me para ti e soltas uma pequena lágrima que te corre bochecha a baixo e olhas-me com esse olhar tão doce, com essa voz suave e delicada e apertas-me com força o braço, nunca desviando o olhar dos meus olhos. Eu olho-te, observo-te e jogo os olhos à tua mão e volto a olhar-te. Tu vês-me sofrido e olhas para o que estás a fazer e lentamente largas o meu braço. Dás um passo a trás e dizes apenas "Desculpa, Pedro! Desculpa!" E desatas a chorar. Cobres o rosto com as tuas mãos, os soluços começam a ganhar força, a tua voz suave ganha um som intenso e horrendo e o teu corpo treme por todos os lados. as tuas lágrimas caiem no chão. Choras.

Pego-te por um braço e puxo-te para o meu peito onde continuas a chorar e a lamentar-te, a pedir-me desculpa enquanto no meu braço vai aparecendo a marca da tua insegurança, do teu medo, da tua ansiedade, do teu desconforto, do teu silêncio. Da vida que te mata aos poucos. Devagarinho comecei a balançar o meu corpo de um lado para o outro como se te segurasse nos meus braços como se fosses um bebé, a minha bebé. Do nada começamos a dançar lentamente e acabamos por nos rir. Nós nem pensamos nas coisas que fazemos um ao outro, simplesmente fazemos e pronto. Magoas-me com as tuas deixas, com os teus ciumes compulsivos, com as palavras amargas que expeles da boca, dos olhares tenebrosos com que me acusas de algo tão simples como o esquecer de comprar pão. O medo de te perder é grande, mas nada impede que faça de ti a mulher mais confiante e alegre durante o tempo que estiver contigo. Quero que chegues ao fim e te lembres do sorriso que coloquei no teu rosto, nos dias em que a tristeza te invadia o coração.

Eu já te encontrei e já te perdi. Voltei a encontrar-te e não te quero voltar a perder, não desta vez. Eu quero apenas dizer que me fazes sentir bem, que tu me alegras os dias, que me aqueces o peito, tal como o sol o faz comigo.

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