Páginas

quarta-feira, abril 27

Este amor que...


Damos as mãos numa tentativa de nos sentirmos unidos. Damos beijos com a esperança de que os sentimentos sejam trocados, sejam sentidos um pelo outro. Olhamos nos olhos e sorrimos intensamente por acharmos que um milagre irá unir-nos para sempre com este amor que nos afoga e aquece o coração. Acreditamos no futuro porque a respiração que temos hoje foi dada hoje e ansiamos que amanha também lá esteja ajudando-nos a sentir o ardor nas nossas bocas.

Quero amar-te de maneiras tão perfeitas que temo que o amor que chegue a sentir por ti te desfaça do pedestal em que te coloquei. Temo que a vida seja demasiado azeda para que te possa amar dignamente. Para onde me irei virar quando disseres que as coisas já não dão mais?

Irei de novo sofrer da ausência do teu corpo junto ao meu, dos teus lábios delicados, dos teus olhos carregados de fogo, das palavras doces com que me entretinhas horas e horas seguidas, muitas vezes pela noite dentro, contando-me as histórias da tua vida, os teus desejos, o teus sonhos, os teus segredos mais mal guardados? Irei sofrer de saudades das mãos carinhosas com que me acariciavas o corpo, dessas mãos que me aqueciam a alma e lhe davam o sustento de que precisava? Irei sofrer certamente de tudo o que me irá fazer sentir vivo todos os dias, e de muito mais do que possa chegar transpor em palavras. Só posso desejar que o sorriso nunca morra e o brilho nos olhos nunca se acabe. 

O meu coração... transformar-te-á em mais uma memória alegre.

Sem comentários:

Enviar um comentário