Páginas

domingo, junho 15

A noite está a nu e cru...


O corpo treme. A boca seca. As mãos transpiram. As pernas perdem a força e a voz fica escondida na garganta. As palavras saem tortas. Os pulmões trabalham a todo o gás. Sinto na planta dos pés a erva do jardim, sinto o frio da chuva a penetrar-me na pele. Sobre a cabeça o cabelo molhado deixa-me a cabeça gelada. Os ombros a descobertos fazem-me sentir o frio da noite. As estrelas só me aquecem o coração, só me aquecem o peito quando as olho. 

Deito-me sobre a relva molhada a fim de puder sentir o mundo com mais intensidade. Sobre a barriga, do lado esquerdo, está a tua cabeça, ouvindo o bater do coração e o turbilhão infernal do meu estômago. Respiras profundamente tocando-me com uma certa delicadeza na barriga da perna. Beijas-me o umbigo e sorris com o maior e mais bonito suspiro. 

A noite está a nu e cru. Os corpos juntam-se. O calor das estrelas dissipasse à medida que os lábios se juntam, os corpos se unem, os dedos das mãos se entrelaçam e as almas se fundem uma na outra, libertando uma explosão de sentimentos sobre todos os sentidos dos nossos corpos.

A noite está a nu e cru, tal como nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário