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sexta-feira, janeiro 3

Quando a alma me está fria...


Quando a alma me está fria, quando o corpo não me responde ao coração, quando as palavras não saem e os olhos não querem ver, lá vens tu, longe de tudo o que te mantém segura de todos os males, segura de tanto mau olhado, de tanto agoiro, longe do teu porto de abrigo que por vezes soltas sobre o meu peito indicando que to sou eu. Vens de longe só para me salvar, para me deixar um delicado beijo sobre os meus lábios, ou quando tu sentes que apenas preciso de um mimo, soltas um carinho sobre a minha testa e tocas no meu nariz com a ponta do teu dedo indicador e sorris. Sorris como se por magia toda a tristeza, todos os males, todas as feridas que tivesse no corpo subitamente se curassem tornando-se simples cicatrizes. 

Há momentos em que desejava ter-te só minha, ter-te apenas! Ter-te ao meu lado para te proteger, para colocar o meu braço à tua volta e fazer-te sentir segura comigo, segura do frio, segura das más palavras, segura e protegida de qualquer ameaça vinda do exterior. Ao beijar-te os tenros lábios saberia que estavas cheia de orgulho no peito, cheia de vida, cheia de prazer de te aventurares de novo na cama ou pelo mundo. Adoro o teu silêncio, adoro os teus sorrisos, adoro o teu choro e os teus carinhos. Adoro quando te esticas toda e sorris, quando me bates no peito e te desfazes em lágrimas. Não adoro ver-te chorar, mas gosto quando me olhas com aqueles teus olhos de má, ou quando os tens mais delicados, eles me fazem render à tua choradeira e eu abraço-te mesmo que não queiras, eu resisto a manter-te presa a mim, junto de mim. E choras. Choras porque alguma coisa te faz chorar, e só o fazes no meu peito, porque é quando choras que me és tanto, que te sinto mais, que me és natural, não quero dizer que quando sorris que não és sincera para mim, mas quando choras, oh, quando choras és tu, rapariga de sentimentos. Rapariga delicada e ansiosa, frágil e desprotegida. É quando choras que tu me puxas pelos braços, é quando pegas nas minhas mãos e as levas ao teu rosto para te dar aconchego. Mas nem sempre o fazes, não o fazes porque eu já to faço com carinho, já o faço para te acalmar a alma, para te pegar ao colo e cuidar de ti, tal como mereces.

Dás-me vontade de te ter aqui ao meu lado, para poder abraçar-te, para te poder beijar a testa e olhar nos teus olhos as coisas que não dizes, as coisas que não queres que eu saiba.

Amo quando o teu olhar se torna envergonhado.

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