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quarta-feira, setembro 10

Tenta...


Escondeste do mundo como se quisesses deixar de sentir o seu cheiro, deixar de sentir o desconforto que te causa no peito, a ansiedade que te causa a cada vez que te atiras às ruas com a vontade de viver. Tens medo de ser esquecida, medo de não ser correspondida, medo de não seres bonita suficiente para o rapaz que tanto desejas amar. Escondeste do mundo com o desejo que o tempo cuide de todas as cicatrizes que ganhaste com a vida e com isso te tornes na pessoa maravilhosa que julgas não ser. Porque fazes isso? 

Porque tens de ser tão fria quando te toco? Porque não aceitas o amor e a atenção de alguém que realmente se preocupa contigo? Sentes que precisas de ser forte sozinha sem ter de necessitar a ajuda de ninguém. É isso que eu vejo quando viras o rosto para o lado quando te tento confortar. Contudo o beijo suave sobre a testa permanece a coisa que mais gostas de receber, mesmo que teimes em bater-me no peito ou apertar-me os braços com força.

Conheces-me bem, sabes como sou.
Para mim nada mais importa quando te vejo desistir de lutar. Sentes o mundo a desabar sobre ti? Imagina como fica o meu quando vejo as lágrimas que se soltam sobre o rosto tornam-te ainda mais frágil, insegura. Olha bem para ti, liberta-te dessas mágoas, desses terrores que te assombram, dessas maldades que criaste dentro de ti, julgando que te tornariam mais forte, mais resistente ao olhar e ao trato do homem. Vê no que te tornaste. Estou aqui ao teu lado desde que decidiste ficar assim, distante das gentes, distante de mim, distante das nossas conversas tidas com uma bela caneca de café. Estamos perto um do outro fisicamente e apesar de tentar ter-te comigo desse modo e em jeito intelectual, achas que já mais te irei entender. Tenta.

Poderão os nossos corações ser amigos?

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