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sexta-feira, janeiro 3

Meu pedacinho de algodão...


Seguro-te sobre o meu peito como se fosse a primeira vez que segura-se em ti, no teu corpo suave e delicado, sentindo o cheiro doce da roupa nova que a tua mãe com tanto amor, com tanto carinho demorou horas a escolher. Ela queria o melhor, o mais bonito, o mais perfeito para ti. Queria-te linda, queria-te perfeita com ele vestido. Mas eu não queria saber do que ela te queria comprar na altura, queria apenas saber que estavas bem quando ainda estavas dentro dela, dentro da sua barriga. Meu bem mais precioso.

Agora que estás cá fora, posso tocar-te nos pés, posso pegar-te nas mãos pequeninas e dar-te o dedo indicador ou o mindinho de ambas as minhas mãos, para que tu com a força de mulher que tens, mos apertes, como se me pedisses para nunca na tua vida eu te largue a mão, que mesmo que faças coisas más, para que nunca te deixe de amar. E não vou meu amor. Não vou deixar de te querer ver bem, deixar de te segurar pela mão e dar-te beijinhos na boca em sinal do meu amor. Porque tu és-me metade, és aquilo que sou e o que já fui. És a tua mãe em pessoa, porque tens os seus olhos, o seu nariz e a boca, tens o meu corpo, o corpo alto e esguio, tens as mãos grandes e as orelhas pequenas. Caracóis acastanhados como a tua avó tanto nos pediu. És tu meu anjo, és tu, meu pedacinho de algodão.

Segurar-te nos meus braços e poder beijar-te a testa pequenina e cheirosa, saborear os teus dedos quando os colocas na minha boca tentando puxar-me a língua ou arrancar-me com a tua força super-natural os meus dentes. Porque eu só quero que sejas feliz. Só quero que te tornes melhor do que eu, que ames os outros com o coração e com a tua razão. Espero que quando te apresentar o mundo, o consigas ver como uma grande tela branca, dar-te-ei as ferramentas e as tintas necessárias para o pintares da maneira que mais te convier.

Anseio pelo dia em que irás pronunciar "pai, mãe"
És o centro do nosso mundo e deitaríamos castelos e montanhas a baixo, só para te ver bem e feliz...


Para quando um dia nasceres. Saberás que não foi escrito em vão, mas a pensar no futuro de te fazer, de te ver nascer, de te criar e ver sorrir. Espero que gostes de o ler como eu gostei de o escrever.

1 comentário:

  1. Acompanho estes blogs a anos, sou de Brasil... Andei afastada mas preciso lhe dar os parabens, belos textos, nenhum livro publicado ainda? Escreva mais. sucesso eterno.

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