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terça-feira, dezembro 24

Adorava que tivesses sido tu a dizer-me o teu nome.


Desde o dia em que troquei olhares contigo o meu coração suspirou. Nesse dia só tinha vontade de te sorrir, de te dizer olá, de fechar os olhos e e sentir a tua respiração sobre o meu pescoço. Olhei-te com calma, com uma coisa estranha sobre o peito, como se uma mão me tocasse para me acalmar a respiração em completo caos. Mas, por muito que escreva sobre aquele pequenino momento eu não consigo dizer aquilo que sinto quando olhei de novo para ti. Não te consigo ler os olhos, não te consigo decifrar. Pareces um sol diante de mim que me cega de boas maneiras. E mesmo que te conseguisse ler o rosto eu não o iria gostar de fazer, porque gosto de conhecer cada gesto, cada palavra, cada sorriso, cada ponta de delicadeza que as tuas mãos tiverem, cada suspiro, cada pedaço de paixão, de ânsia que o teu coração sofra. Quero descobrir como ler o teu olhar aos poucos e poucos. Eu sei que deveria dizer-te isto pessoalmente, sei que sim, mas perdoa-me se ainda não tive a coragem para soltar mais palavras do que um obrigado, ou um cumprimento quando me cheguei perto de ti. Peço desculpa por ser tão assim, tão tímido com uma rapariga com uma personalidade tão forte, tão marcante e, que ao mesmo tempo delicada que se rendeu ao de-leve quando a olhei nos olhos. Tens um olhar carinhoso. Não são os olhos azuis que o faz delicado, é apenas a tua manifestação de timidez que apresentaste naquele dia, ou quando olho para ti e te vejo tão rosada, tão simples e calma, é disso que gosto no teu olhar. Eu peço desculpa, eu nem te conheço, apesar de ter sido capaz de perguntar o teu nome a uma amiga tua, sinto que te vou fazer perder tempo por leres isto, por leres os arrepios que sofro no coração por cada vez que olho para ti, para cada vez que me tento lembrar da tua voz, das mãos, do sorriso acanhado e tão bonito. Peço desculpa se não era isto que querias ler, ou se não querias nada disto. Como me sinto tão totó por escrever estas coisas aqui e não ter mais coragem para tas dizer cara-a-cara, segurando-te pelas mãos, olhando-te nos olhos sem os chegar a piscar uma única vez. Quero saber primeiro de cor o teu sorriso antes que solte um sorriso na tua direcção, talvez isto seja o medo de me magoar. Pode já alguém ter-te ficado com o coração, mas isso não me importa para já. Só gostava de ouvir de novo a tua voz acompanhada de um desses teus sorrisos. 

Essas bochechas rosadas, tão encarnadas como o sangue que te corre nas veias, tão vermelhas como a vida que te arrepia o coração. Deu-me calafrios pela espinha abaixo e fez-me ter vergonha de te voltar olhar. Menina querida, rosto simpático, olhar tenro e delicado. Lábios encarnados que se rasgam em centenas de sorrisos.

Adorava que tivesses sido tu a dizer-me o teu nome.

2 comentários:

  1. Não acredito que passados tantos anos isto ainda exista, desde blog que tanto li ainda existe.. Parabéns :)

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  2. Isto está... lindo! Conheci o teu blog há uns anos, mas não passava por aqui há imenso tempo. Peço desculpa, mas este texto está mesmo perfeito e não poderia encaixar-se melhor na história que vivo atualmente.

    Espero que não me leves a mal, mas não resisti a "roubá-lo". Tenciono publicá-lo - com os devidos créditos, como é óbvio! - talvez ainda hoje. Peço desculpa em adiantado, mas acredita que é mesmo por estar MUITO bom :)

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