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sábado, abril 23

Lembraste de...


Olá coração. Olá menina dona do coração. Eu queria dizer-te o que tenho cá dentro e não sei como te dizer isto de maneira simples e fácil de entenderes.

Lembraste de como os nossos dedos se tocavam? Quando te fazia cócegas e tu soltavas sorrisos e palavras proibidas? Não era inseguro ao quanto o que sentia por ti. É certo que tinha necessidades, e para te ser sincero, e não sei se aguentas todas ou não. Mas vou dizer na mesma. Eu muitas vezes só me queria era vir embora de perto de ti. Queria estar longe e sentir saudades tuas. Apetecia-me fazer-te chorar, para logo de seguida sentir-te mal e ir limpar as lágrimas que dos teus olhos saem. Tu eras o meu sol. O meu amor. Eras a minha respiração. Eu só queria ter coisas para ser querido para ti. E era por isso que algumas vezes te fazia chorar, para sentir cá dentro neste coração negro que afinal o que sentia por ti era verdadeiro. Eras tu quem me preenchia a cabeça todos os dias à noite. Esperava ficar doente depois de tudo o que aconteceu, mas não. E sinto-me bem. Sabes porque te fazia chorar? Para te fazer sentir que precisavas de mim e de que não estavas sozinha. Porque o teu olhar de menina orgulhosa fazia-me sofrer. Fazia-me pensar de que não precisavas de mim para te defender. Para tratar e cuidar de ti. Que não precisava de matar as aranhas ou apanhar os ratos de que tanto tinhas medo. Roubavas-me sorrisos sem saber.

Adorava ter aqueles formigueiros na cabeça. Ou aquela impressão dos olhos por olhar para o sol com saudades tuas. De ter dores no pescoço por me colocar à janela a olhar para a lua e as estrelas que a rodeiam. Então nisso tudo, lembrava-me do teu sorriso. Do teu olhar de menina. De como me davas a mão. Do teu rabo tão querido que me fazia estar sempre a dar-lhe pequenas apalpadelas. Eras a minha rainha. A minha princesa. Muitas vezes, achava que segurava a tua mão, mas no final do dia, apercebia que sempre estivera a agarrar a minha. Porque, quando as palavras que te tentava dizer não se soltavam, devia-se ao facto de ter medo e vergonha do que pudesses pensar das palavras que usasse para conversar. Tinha medo do que o teu coração muitas vezes sentia. Adorava deitar-me contigo na cama e ficar ali. A imaginar-me ao teu lado para sempre como minha mulher. Como mãe dos meus filhos. Pensava que eras tu que me ias ajudar a concretizar todos os meus sonhos. Apreciava o momento de cada vez que te pegava ao colo. Por cada vez que punhas os teus braços à volta do meu pescoço. E hoje, estamos separados. Eu fui-me embora, porque pensei no melhor para mim. E no melhor para ti. Talvez tenha pensado mais em mim do que tenha pensado em ti. Só não te queria magoar com tudo.


Um dia, quando o amor te deixar o coração, não tenhas medo, eu estarei ao teu lado, para te dar a mão. - Era esta a frase que mais te queria dizer.

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