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domingo, abril 24

Até esse dia...


A alegria, não está no coração. Não está nos olhos das pessoas de quem gostamos e nos preocupamos. Estão nos momentos. Nos momentos que vivemos com eles. Nas brincadeiras que vão surgindo ao longo de um dia. Por muito que os queiramos amar. Amar alguém pela sua beleza ou por ser divertida, descontraída e que nos faz rir, não iremos conseguir se forçar-mos o que sentimos. Muitas vezes sentimos e temos medo que as coisas não sejam o mesmo. Tudo porque temos tendência em deixar-nos de preocupar. E, pousar a simpatia por sentirmos que não precisas de fazer mais nada. Não precisamos de nos preocupar mais com o que fazemos. Para a conquistar. Pois já a temos. Porque já não lhe precisamos de roubar um sorriso debaixo da chuva, ou dar aquele abraço comprido depois de a magoar-mos. Tudo até aí, aquela magia que havia no inicio perde-se para sempre. Porque no inicio, enquanto ela não era nossa, chamávamos-lhe, a nossa bebé. A nossa princesa, vida, ar que respiramos, estrela, lua, sol, universo, coração, bochecha de chocolate. 

Depois de a termos nos braços, tudo isso deixa de fazer sentido no coração e passamos a achar que é piroso continuar a fazer isso. Não a precisamos de agradar mais, porque temos sempre medo de a perder. E ela sente o mesmo. Temos sempre medo de perder alguém que nos custou tanto a ter. Tanto dias a tentar não ser um parvo para ela. Sempre a tentar fazê-la rir seja com o que fosse. Fora isso, seremos sempre estúpidos, até ao dia em que a falta de mimo, de carinho nas pontas dos dedos começa a desaparecer. Até ao dia em que não haja nada para falar, como antes que tanto tinham em comum. Tanto tinham para dizer um ao outro e depois de começarmos a namorar, temos medo de dizer tudo. Medo de lhes mostrar que afinal só somos queridos quando não temos. Ou, que os nossos mimos podem não ser iguais aos dela, ou ela pode não gostar dos nossos mimos. Até que os dois falem um com o outro, sobre nada ser como antes. Nada ser como antes não se irá voltar a ver o amor ou a paixão que havia no inicio.

Porque, mesmo que os beijos continuem a ser dados e os apertos de coração sejam constantes como antes, a saudade acaba por faltar e os olhares já se trocam menos vezes. Porque achamos sempre que nos conhecemos o suficiente para não precisar de lhe estar sempre a gritar aos ouvidos sobre como gostamos dela. Porque ela já se ri com qualquer coisa e nós achamos que está tudo bem. Mas não está. Nunca irá estar até que ela nos fale sobre tudo e deixemos a conquista de lado e voltemos a "namorar" outra vez. E isto acontece tantas vezes. Somos mais inseguros por pensar que ela já se mostra confiante. Somos nós. Somos nós que a fazemos sentir assim. Confiante. Mesmo quando ela diz que se sabe defender sozinha, só nos quer dizer que somos os seus homens. E que nós não as deveremos deixar nunca, defenderem-se sozinhas. Mas no inicio não percebemos isso. Achamos sempre que estão melhor assim. Escusamos de nos preocupar com as confusões que ela faz. Tal como os ciumes. Como todos os choros. Todo TUDO. Porque ela se mostra confiante, alegre, e bem na relação que nem está nada para o agradável. Mas ela têm-nos. E nós a ela nos nossos braços e é só isso que queremos. Que ela continue a gostar de nós. E que continuemos a ter o sexo louco que nos faz juntar ainda mais. Mas nada é como antes. Os sorrisos já não são genuínos e as parvoíces que fazíamos com ela já não são iguais. Já são brincadeiras de criança. Mas não são e quando tudo isso desaparece, uma relação não irá durar muito. Até que um dos dois resolva ser sincero e chegar-se à frente e dizer que nada está bem. Tudo virou rotina...

Até esse dia chegar, nada é confortável. Porque há algo dentro de nós que nos perturba...

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